Camaçari pode virar polo nacional da produção de baterias com investimento da BYD
Ministro Alexandre Silveira se reúne com a BYD na China e destaca plano para instalação de fábrica de baterias em Camaçari (BA), que pode reduzir custos de carros elétricos e impulsionar a industrialização verde no país.

Camaçari desponta como protagonista em um dos maiores projetos de industrialização verde no Brasil. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou neste domingo (20) que se reuniu com o vice-presidente da BYD na América Latina, Oscar Su, para discutir o avanço da fábrica de baterias que a empresa chinesa estuda implantar na cidade.
O encontro, realizado em Shenzhen, reforça a importância estratégica da cidade baiana para a BYD, que já está construindo ali sua primeira fábrica de carros elétricos no país. Agora, a possível instalação de uma unidade voltada à produção de baterias pode consolidar Camaçari como um verdadeiro hub da eletromobilidade no Brasil.
Redução de custos e geração de empregos para a Bahia
Segundo Silveira, a implantação da fábrica em Camaçari reduziria significativamente os custos de produção dos veículos elétricos da BYD, tornando-os mais competitivos no mercado nacional. A iniciativa também deve atrair fornecedores, gerar empregos qualificados e fortalecer a cadeia produtiva da indústria automotiva na Bahia.
“Esse projeto pode reposicionar Camaçari como um dos grandes centros industriais do país, agora com foco em tecnologia limpa e transição energética”, afirmou o ministro.
Integração com o Vale do Lítio impulsiona viabilidade do projeto
Outro diferencial do projeto é a proximidade com o Vale do Lítio, em Minas Gerais, onde a BYD já adquiriu direitos minerais em duas áreas estratégicas. A distância de cerca de 800 km entre Camaçari e as jazidas facilita a logística e pode viabilizar a formação de uma cadeia produtiva nacional de baterias, com extração, processamento e montagem feitos inteiramente no Brasil.
Brasil atrai investimentos com leilão de baterias no horizonte
Com o primeiro leilão de baterias de armazenamento de energia previsto para o segundo semestre deste ano, o Brasil passa a atrair ainda mais atenção de grandes empresas chinesas. Tanto a BYD quanto a Huawei demonstraram, segundo Silveira, “apetite financeiro total” para investir em parcerias nas áreas de renováveis e infraestrutura energética.
O ministro destacou que há uma orientação clara do governo chinês para ampliar os laços com o Brasil. “Recebemos o recado de que o Brasil é o parceiro preferencial neste momento. E Camaçari pode se tornar o símbolo dessa nova fase da cooperação entre os dois países”, disse.